Para mostrar que ilusão é a palavra definitiva no relacionamento do público com os grandes ídolos do cinema e da TV, os quais quase sempre mantêm, na vida privada, um comportamento radicalmente oposto à imagem que tentam passar, o jornalista estadunidense Nigel Cawthorne escreveu o livro A Vida Sexual dos Ídolos de Hollywood
JOSÉ AUGUSTO LOPES
do Caderno Gente
Talvez se torne difícil imaginar que o aparentemente ingênuo Charlie Chaplin, aquele doce e tímido vagabundo das comédias cinematográficas, fosse, na verdade, um pedófilo sedutor de menininhas mal saídas da puberdade. Ou que a feminina Greta Garbo, pretensa avassaladora de corações masculinos nas telas, na vida real se portasse de maneira ostensivamente máscula, em relação às várias mulheres que passaram por seu leito. Quem diria também que a suave Grace Kelly, símbolo da mulher pura e casta, tivesse ímpetos de insaciável devoradora de homens, seduzindo quase todos os atores (geralmente bem mais velhos) com os quais contracenou, isso antes de se submeter a uma cirurgia de restauração do hímen para poder tornar-se princesa de Mônaco.
Talento para fingir
Segundo Nigel Cawthorne, “de certa forma, os atores são irreais até para si próprios. Pois precisam aprender a difícil arte de equilibrar o que realmente são com aquilo que o público acredita que eles sejam, sem renunciar nem a si mesmos e nem à imagem que temos deles. Graças à dupla personalidade que são obrigados a assumir, seu maior talento, que é a capacidade de fingir, fica oculto dos olhos exigentes do mundo”. Charlie Chaplin, o imortal cineasta de Luzes da Ribalta, deixava transparecer, na intimidade, incontrolável obsessão por ninfetas, chegando a adulterar suas idades para tê-las como estrelas de seus filmes e mantê-las como amantes. Lillita Mcmurray, intérprete de Em Busca de Ouro, ficou grávida dele aos 15 anos, pois Chaplin se recusava a usar preservativos, que considerava “esteticamente hediondos”. Depois de vários processos por molestar menores de idade, o criador de Tempos Modernos só se aquietou aos 54 anos, quando casou com a jovem Oona O´Neill, filha do grande dramaturgo Eugene O´Neill, a qual, para “variar”, no início do romance com Charlie tinha apenas 17 anos.
Já Greta Garbo, embora tenha namorado, eventualmente, algumas pessoas do sexo oposto, foi amante da famosa “socialite” assumidamente lésbica Mercedes de Acosta e das atrizes Lilyan Tashman e Fifi D´Orsay. Louise Brooks, atriz do cultuado A Caixa de Pandora, afirmou haver passado uma esplêndida noite com Greta Garbo e enfatizava: “Ela era completamente masculina, o que torna seus filmes ainda mais maravilhosos”.
Quanto a Errol Flynn, idolatrado intérprete de As Aventuras de Robin Hood, ele foi sempre, de acordo com Cawthorne, o que se considera vulgarmente um “tarado sexual”. Depois de bêbado, queria transar “com tudo que se movesse à sua frente”, mas, em geral, preferia adolescentes, não importando qual fosse o sexo. Chegou mesmo a manter relações íntimas com o escritor Truman Capote, quando este era ainda bem jovem. Mas Capote não guardou boas lembranças do encontro e declarou: “Se não tivesse sido Errol Flynn, nem mesmo o lembraria”.
Serviço
A VIDA SEXUAL DOS ÍDOLOS DE HOLLYWOOD
The Sexual lives of Hollywood Idols
Autor: Nigel Cawthorne
Editora: Ediouro
Ano: 2004
Páginas: 358
Preço: R$ 39,90
Nota do Editor
Nigel Cawthorne nasceu em Chicago, EUA, em 1951, e mora em Bloomsbury, Londres, com a mulher e a filha. Escreveu mais de 80 livros, poucos deles editados no Brasil. Escritor e jornalista, colabora com alguns dos principais jornais da Inglaterra e Estados Unidos, como o The Guardian, The Dialy Telegraph Daily Mail e o The New York Times sobre os mais variados temas. Ele escreveu alguns dos livros abaixo…
…e você pode conhecê-lo mais de perto acessando o seu site > http://www.nigel-cawthorne.com/
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